terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

EU QUERO CONHECER O CAPETA!

Izildinha não era dessas. Aliás, era daquelas! Daquelas religiosas, vestidão longo, perna cabeluda, cabelão comprido, evangélica mesmo!

Fabão, pagodeiro, garoto esperto, só respeitava a mãe do papa. Com ele, não escapava ninguém.

Um belo dia, mera coincidência, saindo do trabalho com seu Monza cor vinho, topou com Izildinha no caminho. Ofereceu carona e ela, quem diria, inocentemente, aceitou.

Fabão, fazendo-se de tonto, tocou pra saída de Cuiabá. Chegando nas proximidades do Tudo Certo, Fabão ameaçou entrar no motel. Izildinha então entrou em pânico, ameaçando se matar, jogando-se do carro, caso Fábio não fizesse o retorno.

Mesmo assim, Fabão entrou no motel, passou pela portaria, pegou a chave e foi para o número 13. Izildinha ameaçava gritar, chorava copiosamente, pedindo pelo amor de Deus, para que Fábio a levasse embora.

Carro parado bem em frente à porta de entrada do apartamento, Izildinha desceu do carro e começou a correr pelo pátio como uma maluca.
- O capeta mora aí dentro! Pelo amor de Deus me leva pra casa!

Fábião não quis arriscar sua integridade moral, Catou a moça pelo braço, colocou-a com toda a delicadeza dentro do carro e foram embora.

Desde então, Fabão não suportava nem ouvir falar o nome de Izildinha.
- “Aquilo é uma histérica maluca. Falta de sexo”, dizia ele.

Um Mês depois, no pátio da empresa, horário de saída, Izildinha resolveu pedir uma carona para Fábio. Meio ressabiado, ele concordou. Como quem não queria nada, perguntou a ela:
- Pra onde?

E para sua surpresa, ouviu a seguinte resposta:
- Me leva pra aquela casa cheia de luzes na frente. Eu quero conhecer o capeta!

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