domingo, 26 de fevereiro de 2012

Rochinha e os mistérios do amor

iZILDINHA levou uns empurrões do marido, vAVÁ, dentro de casa. Atitude deplorável dele, claro. Afinal “em mulher não se bate nem com uma flor”. Mas, certo é que o clima ficou tenso.

Ela ligou, chorando, para os irmãos, dizendo ter sido agredida. Quando o resto da família chegou lá, iZILDINHA já estava fora do cafofo, sã e salva, mas chorava muito e insistia em denunciar o marido à polícia. Os irmãos tentaram invadir o cafofo e pôr fim á existência de vAVÁ...

Chegando à delegacia, iZILDINHA, profunda conhecedora da Lei Maria da Penha, invocou os seus direitos e pediu a instauração de um inquérito contra o marido.

No boletim de ocorrência, os motivos da agressão, conforme declarado por iZILDINHA, foram motivos fúteis. A agressão teria sido gratuita. Ela disse, também, que as agressões eram frequentes, porque o marido era um ciumento psicótico.

O que não constou do BO, não entrou para as estatísticas oficiais, e o que iZILDINHA não contou a ninguém foi que, naquela noite, antes da discussão com o marido, ela havia contado a ele que ela tinha um amante, um tal de Rochinha, e que praticava sexo oral com ele.

O pobre do vAVÁ, antes de perder totalmente o controle emocional, ainda perguntou a iZILDINHA se ela gostava do que vivia com o amante. Ela respondera que o sexo com o amante era muito bom, e que o falo do amante era bem maior do que o do marido. Foi a gota d’água que gerou toda a confusão.

A sabedoria popular diz “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. E, assim, foi.

Os detalhes, evidentemente, nunca foram devidamente investigados pela polícia. Mesmo porque, iZILDINHA retirou a queixa, e o processo não foi adiante.

Também, nem Freud e nem os maiores mestres da filosofia indiana conseguiriam explicar as razões que levaram iZILDINHA a dizer o que dissera ao marido.

vAVÁ, envergonhado com a situação, mudou-se para Quebra-Coco e, depois, para a Bolívia. Entrou em depressão. E, quando pensava na mulher, colocava na vitrola um som que o fazia nostálgico, romântico e, o ao tempo, ridículo.

Ainda sentia saudades da ex-mulher, apesar de tudo. Mistérios do amor.

iZILDINHA continua por aí.

vAVÁ nunca mais foi visto.

SILÊNCIO (de Peninha), sucesso, também, na voz de TIM MAIA.
Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois (…)

http://letras.terra.com.br/tim-maia/48937/

Nenhum comentário:

Postar um comentário