terça-feira, 15 de março de 2011

HERANÇA DE SOLTEIRA – a última da Izildinha!

A iZILDINHA, quando solteira, não era fácil. Aliás, não, não era difícil. Curtia a vida adoidado! Muita dada, muito querida!

Nada muito seletiva, nem discreta; não perdia a viagem. Orgulhava-se do poder de seu instrumento e dizia:

- “Foi inventado para usar. Não foi inventado para guardar na geladeira!”

Certa vez, partiu para Bonito e, depois, para as barrancas do rio Paraguai, em Porto Murtinho, numa caravana de amigos. Só chegados, só amigos dos peitos, como ela dizia.

Ela, como sempre, gostava de fotografar os adversários e se deixar fotografar nos momentos de luta. Naquele tempo, ainda não havia Orkut e Facebook, do contrário, ela teria criado um álbum público “Amigos dos Peitos”.

Não eram, ainda, fotos digitais. Vivia-se a época dos negativos. E iZILDINHA guardou muitos deles.

Também guardou um disco de vinil do Chico Buarque, com a música Iolanda, tema de um velho amor, com dedicatória e tudo de Valdenor, um dos amigos dos peitos, em que ele escrevera na capa:

“Para iZIUDINHA, a mulher mais incrivil que eu já conheci!”

Enfim, coisas da juventude!

O problema foi quando, em plena de lua de mel, numa cabana em que ela e o marido vAVÁ foram morar em Quebra-Coco, ao ajeitar as coisas no seu novo ninho de amor, ele descobriu no "cafofo" um baú com raridades de iZILDINHA.

No baú de recordações estavam os tais negativos das viagens de iZILDINHA, com fotos em poses muito extravagantes, na companhia de muitos amigos dos peitos, sempre exibindo garrafas de uísque e copos de chope ou cerveja. De frente, de lado, do alto, por cima, por baixo, de ponta-cabeça, tudo muito criativo, mas envolto em muito carinho.

O pobre do Vavá, arrasado, nem foi trabalhar aquele dia, e ficou “curtindo”, amargurado, as antigas aventuras da esposa com quem recém havia se unido em matrimônio.

No baú, muitos negativos, muitas fotos, muitas cartas de amor, muitos bilhetes eróticos e outras lembrancinhas. Mas, o que mais irritou vAVÁ é que não havia nada de amigas. Só amigos, dos peitos.

E o pobre vAVÁ passou o dia tomando tereré, tentando afogar as mágoas e entender o comportamento de sua (?) mulher.

Enfim, quando ela retornou do trabalho na usina de álcool, vAVÁ foi incisivo e, apontando para o baú da saudade, perguntou-lhe:

- O que é isso? O que tudo isso significa? Exijo uma explicação!

E, ela, muito tranquila, sem alterar os passos ou a respiração, respondeu:

- “É minha herança de solteira!”.

Seguiu-se um minuto de silêncio tenebroso e sepulcral...

Vavá, como era muito apaixonado pela mulher, decidiu, então, relevar e esquecer o assunto.

Colocaram o disco no Chico Buarque (cantando em dueto com Simone) na vitrola.

E, então, vAVÁ e Izildinha abraçaram-se, choraram juntos e, depois, fizeram sexo selvagem, ao som de “Iolanda”...

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Iolanda

Chico Buarque

Composição: Pablo Milanés

Esta canção não é mais que mais uma canção
Quem dera fosse uma declaração de amor
Romântica, sem procurar a justa forma
Do que me vem de forma assim tão caudalosa
Te amo,
te amo,
eternamente te amo

Se me faltares, nem por isso eu morro
Se é pra morrer, quero morrer contigo
Minha solidão se sente acompanhada
Por isso às vezes sei que necessito
Teu colo,
teu colo,
eternamente teu colo” (...)

http://www.justsomelyrics.com/1843973/Chico-Buarque-e-Simone-Iolanda-Lyrics

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* ADVERTÊNCIA IMPORTANTE E SERVERA!

ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA COM PERSONAGENS OU FATOS DA VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.

SE, QUALQUER IMBECIL SE IDENTIFICAR COM QUALQUER PERSONAGEM E RESOLVER TOMAR AS DORES PELA HISTÓRIA, ENTÃO, É, REALMENTE, UM IMBECIL.

SE, VOCÊ SE PARECE COM ALGUNS DOS PERSONAGENS, OU OS FATOS E LUGARES TRAZEM SAUDADE OU CONSTRANGIMENTO A VOCÊ, NÃO SE PREOCUPE MAIS: NÃO HÁ QUALQUER RELAÇÃO, INTENCIONAL, COM A REALIDADE.

ALIÁS, O DRAMA DA VIDA REAL É BEM MAIS CRUEL!

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A ÚLTIMA DA iZILDINHA!

BREVE, NUM CINEMA PERTO DE VOCÊ!

ESTOU NEGOCIANDO OS DIREITOS COM HOLLYWOOD.

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